quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um Deus que se apóia nas fraquezas??




Salve, salve gente amiga... a poucos dias atrás embarquei em uma viagem a trabalho pra São Paulo, fruto de uma oportuna entrevista com a banda Casting Crowns, em sua primeira visita ao Brasil, no evento “Livres Pra Adorar”, que no ano anterior trouxe a banda, também gringa, Leeland.

O Casting Crowns é hoje uma das maiores bandas, do segmento gospel, nos Estados Unidos, premiada com Grammy em 2010 e diversos prêmios Dove (maior prêmio de música gospel no Estados Unidos).

Pela representatividade que tem a América do Norte, neste segmento no mundo, talvez seja uma das maiores bandas gospel do planeta, com vendagens superiores a 4,5 milhões de CDs.

Em tempos de crise no mercado fonográfico, números como esses nos trazem a curiosidade e perplexidade de entender qual o segredo de uma carreira tão bem sucedida?

Uma banda muito alinhada ao perfil que, no Brasil, chamamos de adoração, fazia com que nossa expectativa de estar junto a essa galera se tornasse algo bem interessante.

O perfil da banda tem estilo pop rock americano, com roupagem em arranjos que nos fazem lembrar a influência inglesa dos últimos 10 anos (leia-se, influência essa, de bandas como U2, Delirious, Cold Play, Hillsong United) na musica cristã mundial.

Então... junto aos caras estava a oportuna e talvez única chance de perguntar, conversar, entender: sucesso, musicalidade e muitas outras coisas lindas a cerca do Reino de Deus e da experiência que essa grande banda poderia nos acrescentar. Tinha uma “carta na manga” nas questões.

Iria perguntar sobre algo que eu havia estudado sobre a vida do vocalista Mark Hall, pois ele era alguém que sofria de “dislexia”, uma doença que afeta as pessoas nos quesitos atenção, foco, concentração e faz com que tenham dificuldade de aprendizado e desenvolvimento intelectual.

Pois bem, começamos a conversa, e no decorrer da conversa, já descontraídos em falar sobre a experiência de estarem pela 1ª vez no Brasil e tal, vim com a pergunta, de certa forma constrangedora sobre a dislexia na vida do líder e vocalista da banda.

Minha sincera e “humana” expectativa na resposta seria, compreendendo a forma “limitada”, “formatada” de entender a forma de Deus agir, ou por vezes religiosamente de compreender de maneira equivocada a dimensão das ações do Pai para conosco. Como dizia um amigo meu: rs... “bobinho... achando que Deus é limitado a nossa forma de pensar...” imaginava uma resposta assim: Deus me curou dessa doença, ou venci isso e ponto final ou então, nem gosto de falar sobre isso, algo superado por Deus em minha vida.

Fui tremendamente surpreendido pela resposta, entendendo de forma profunda o que Deus muitas vezes faz em nossas vidas.

Mark Hall disse assim: "A dislexia em minha vida é muitas vezes uma forma de compreender uma maneira de me APROXIMAR MAIS DE DEUS, porque desde muito jovem o diabo se usava dessa doença, pra que minha auto-estima ficasse em baixa e me envergonhasse, por exemplo, em ler um simples texto bíblico na escola dominical em minha igreja, fazia com que me sentisse inseguro, em uma série de coisas em minha vida incertezas me cercavam".

"Mas aprendi no Senhor a depender mais Dele na doença, no decorrer dos anos e até hoje quando subo no púlpito pra pregar ou fazer um evento com a banda, nunca sei se vou lembrar das letras das canções que eu mesmo fiz, essa autoconfiança que por muitas vezes nos leva a uma autosuficiência, nos afasta do Senhor, a doença nesse caso me APROXIMA MAIS DE DEUS".

Nessa experiência e depoimento do Mark, percebemos a forma linda de Deus agir em nossa vida, percebê-lo é muitas vezes quebrar paradigmas das formatadas e muitas vezes religiosas formas que achamos que Deus age.

A infinita e maravilhosa forma com que Deus cuida de nós dentro da Sua vontade, é sempre boa, perfeita, agradável (Rom 12.12). Em adoração compreendermos, mesmo na doença, nas dificuldades e obstáculos o quanto Ele nos ama.

Lincoln Lyra (apresentador – TV Boas Novas)


Sobre a dislexia

Dislexia é uma doença que se caracteriza por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.

A dislexia é mais freqüentemente caracterizada pela dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, "ovóv" para vovó.

Talvez você se pergunte: "Como posso ser usado por Deus, uma vez que tenho uma série de imperfeições e defeitos, até físicos?

No entanto, a bíblia te responde:

"E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo." (2 Co 12:7-9)

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