sexta-feira, 1 de julho de 2011

Dicas de estudo: repetição produtiva e improdutiva



Quando entramos no carro para fazer uma viagem antes de tudo é preciso saber o trajeto. Da mesma forma antes de colocar o instrumento no colo é necessário ter uma trajetória de estudo.


Não se evolui por horas com o instrumento em mãos, mas sim pela qualidade de tempo dedicado ao mesmo.


30 minutos por dia podem gerar grandes resultados em poucos meses.

Primeiramente é importante salientar que a repetição é uma das maneiras mais lógicas para o aprendizado do cérebro, portanto, é de suma importância estudar o mesmo tópico por dias seguidos.


Se você quer aprender a escala pentatonica menor nas 12 tonalidades ao longo do braço do instrumento não adianta estudar escala pentatonica na segunda-feira, escala maior na terça, triades na quarta e só retornar ao assunto da pentatonica na outra semana.


O mais querente é que você estude sequencialmente o mesmo assunto, mesmo que você não estude todos os dias. Portanto estude pelo menos 10 minutos de um assunto diariamente, introduza no máximo 2 ou 3 tópicos nessa rotina, mas permaneça com essa rotina por uns dias, pois como já foi dito, é através da repetição que você se tornará mestre em determinado assunto.


Conheço pessoas que tocam a 10 anos e não dominam sequer a escala pentatonica, quando tocam em tonalidades menos comuns ficam travadas. Normalmente quando essas pessoas pegam o instrumento tocam basicamente a mesma coisa, estudam sem um propósito, essa é uma repetição improdutiva.

Existe a necessidade de ter uma rotina, uma sequencia e uma repetição do assunto, mas também existe o momento de abandonar esse assunto e prosseguir.

escala pentatonica, faço questão que aprendam todos os 5 modelos em todos os tons e por toda extensão do braço. Inicialmente se aprende a escala de forma racional, visualizando e aprendendo o som da mesma, e nesse processo já insisto que os alunos comecem a pensar em motivos melódicos, principalmente pensar nos motivos em modulações (por exemplo dentro dos ciclos de quartas).


Esse processo deve ser feito com todas as escalas e arpejos, ou seja, é um trabalho longo, mas que deve caminhar com o fazer música, por isso mesmo que logo apresento playalongs com ciclos e modulações para que o aluno possa se divertir estudando.


Existem assuntos que caminham juntos e que são interessantes de serem trabalhados ao mesmo tempo.


Se você quer aprender a pentatonica menor, como foi citado anteriormente, seria interessante compartilhar esse estudo com os acordes menores (tríades e tétrades) em todas as inversões, dessa maneira você esta estudando 2 assuntos conexos mas que ao mesmo tempo tratam do aspecto melódico e harmônico. Tente ver a escala dentro dos acordes num approach mais pianistico, e não como 2 coisas distintas. Quando um pianista toca um acorde na mão direita ele automaticamente vê esse acorde como notas do arpejo ou fragmentos da escala, infelizmente na guitarra as pessoas estudam esses assuntos como coisas distintas.

Nessa linha de pensamento ao estudar escala maior seria interessante estudar acordes maiores (tríades e tétrades) e inversões e assim com todas as outras escalas.


Na prática se você tem 40 minutos de estudos diários você pode estudar 15 minutos de escala pentatonica e 15 minutos dos acordes menores e suas inversões e sobra 10 minutos para que você acrescente mais 1 assunto importante para a sua rotina.


Ouvir música é estudar também. Procure ouvir música com 100% de atenção (não no Ipod quando se esta malhando por exemplo), observando pequenos aspectos da música. Se você esta estudando improviso procure ver como o improvisador constrói o solo. Na próxima semana falaremos um pouco mais sobre isso.


Deus te abençoe. Bons estudos.


Mateus Starling.

Nenhum comentário:

Postar um comentário