quinta-feira, 30 de junho de 2011

Uma história da vida "privada"...de Deus

A vida sem Deus...





















A vida com Deus...




"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6)

Se você entende que não pode ser salvo pela suas obras; por mais que vc tente, não consegue deixar de cometer erros e injustiças; sabe que há algo faltando em seu interior e quer preenchê-lo com algo maior do que você...
Opte por Jesus Cristo, o aceite em seu coração, o escolha por seu único e suficiente salvador, se arrependa de seus pecados e viva uma vida livre de amarras e condenações.

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8:36)


Paz
Diogo Barbosa e Silva

terça-feira, 28 de junho de 2011

Zumbido e sua possível cura...

Se para boa parte da população o zumbido é só aquele apito que aparece no ouvido depois de sair de um show ou festa com música alta, para outra parcela ele é um transtorno. Isso porque, para quem sofre com a doença — chamada tinnitus —, trata-se de um desconforto constante e que pode durar anos. Em 92% dos casos, o problema está relacionado à perda de audição. Já nos outros 8% ela não ocorre e, mesmo assim, essa gente toda padece com o "piiiii" incessante, para o qual ainda não há uma cura.

Na busca por uma solução, pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, induziram o zumbido em ratos, emitindo uma frequência sonora enquanto estimulavam com eletrodos o nervo vago dos roedores. Depois, fizeram o mesmo procedimento, mas desta vez se valendo de outras frequências. Os ratinhos, então, pararam de apresentar o incômodo, como se o cérebro tivesse sido reiniciado e voltado ao normal. Trata-se de uma evidência de que o tinnitus é causado por uma atividade irregular do sistema nervoso, enfatiza o neurocientista Michael Kilgard, que participou do estudo.

É claro que a descoberta animou os que sofrem com o barulhinho nada bom. Mas os testes foram realizados em bichos que haviam acabado de desenvolvê-lo. Por isso, talvez haja uma tendência de que a técnica, quando submetida a seres humanos, seja mais efetiva em quem tem o problema há pouco tempo, enfatizam os especialistas.

Enquanto a cura definitiva do zumbido não vem, o problema soa cada vez mais alto para a comunidade médica e os audiologistas em geral. Há um número crescente de jovens que se queixam do apito constante, principalmente de casos relacionados a lesões auditivas. "Aparelhos como iPod ou MP3 os expõem por horas a sons mais altos do que 85 decibéis". Com o tempo, esse volume já é suficiente para provocar danos generalizados. Além disso, o fone de ouvido, tão querido pela moçada, manda todo o som diretamente para dentro da orelha, aumentando a probabilidade de encrencas.

Mesmo o zumbido sem elo com perdas auditivas também é cada vez mais recorrente. Até um problema odontológico, por exemplo, pode desencadeálo. Pois é — a oclusão errada ou dentes apinhados demais podem incitar o tinnitus. "Toda força que fazemos com a dentição é enviada ao cérebro como uma informação a ser interpretada. Em algumas pessoas, esse impulso acaba sendo identificado como zumbido", explicam os odontologistas e ortopedistas faciais de plantão. Por isso, é interessante fazer um checkup no dentista para prevenir a zoeira sonora.

Agora, quando nem a audição nem a boca estão prejudicados, é hora de ver se os exames de sangue não se encontram alterados. Afinal, problemas como colesterol alto, anemia, disfunções na tireoide e desequilíbrios nos níveis de açúcar também podem repercutir no ouvido. "Se o sangue que chega à cóclea, estrutura que transforma o som em impulso elétrico, estiver com taxas de algumas substâncias muito alteradas, ele não será adequado para alimentar as células auditivas". Como o estrondo interminável tem diferentes causas, é preciso ter paciência na hora do diagnóstico. "Parei de trabalhar e de ir à faculdade. Estava no limite, tinha raiva do meu ouvido", afirma o estudante curitibano Thiago Marinho, de 24 anos, que convive com o ruído na orelha direita há seis meses sem saber ainda o que está por trás da chateação. Tentar esquecer é difícil, mas melhora a qualidade de vida, já que, segundo especialistas, a intensidade do zumbido aumenta de acordo com a atenção que se dá a ele.

De qualquer forma, é possível, sim, driblar o zum-zum interno. O uso de aparelhos auditivos auxilia os pacientes que têm dificuldade para ouvir. Afinal, a percepção adequada de outros sons desvia a atenção do alarido sem fim, mascarando o zumbido. Para pessoas com alterações metabólicas como anemia, o controle da alimentação é um dos grandes aliados. Além disso, o acompanhamento psicológico, em casos de muito estresse, também pode trazer bons resultados. O importante é não fugir do tratamento e assumir o controle da barulheira.

Ouvidos retreinados
Terapias sonoras costumam trazer bons resultados para pacientes com zumbido. A TRT, ou tinnitus retraining therapy, é a mais comum delas, e serve para quebrar a percepção negativa que a pessoa tem do zumbido. Ao ser exposto diariamente a um som neutro e agradável, o indivíduo atenua o incômodo com o ruído. Ao longo do tempo, o cérebro vai entender que ele tem capacidade de focar em outros sons que não só o zumbido.

60% das pessoas com zumbido são afetadas emocionalmente, de diferentes maneiras. Em casos extremos, pensam até em suicídio

50% têm dificuldade para dormir, porque afirmam que o ruído fica mais perceptível ou intenso no momento em que estão em silêncio

42% têm problemas para desenvolver atividades que necessitam de concentração, como estudar ou ler um livro

14% são afetadas socialmente. Isso porque deixam de frequentar alguns lugares, como festas, por temer que o som alto piore o zumbido


A origem da desordem...
...e como a nova técnica promete silenciá-la




1. A cóclea abriga células ciliares que captam as ondas sonoras e as transformam em impulsos elétricos enviados ao cérebro — é ali que o som é decodificado. Se algumas dessas células ficam comprometidas, suas vizinhas vibram em ritmo acelerado, disparando impulsos à toa, que são interpretados como um ruído. É o zumbido.

2. Eletrodos são posicionados no pescoço do paciente e emitem um estímulo que viaja até uma região do córtex cerebral responsável pela codificação dos sons. Reorganizados, os neurônios desse pedaço passam a ignorar as mensagens das células auditivas que estão fora de sintonia.

De qualquer forma o melhor remédio é a prevenção, portanto, controle sua exposição a barulhos e sons de alta intensidade por longos períodos e cuide de sua saúde geral, fazendo exames pediódicos de audiometria, sangue e outros que possam complementá-los.

Shalom!!
Diogo Barbosa e Silva

Rearmonização (dicas práticas)




Vamos falar sobre rearmonização. De acordo com a etimologia da palavra, rearmonização significa buscar uma melodia já feita e alterar os acordes para dar um colorido diferente, produzindo variedade e interesse. Essa mudança de acordes pode ser simples ou complexa dependendo do objetivo a ser alcançado.

Quando você sempre toca uma mesma música e percebe que esta canção já não é uma novidade musical, está na hora de rearmonizar. Vários estilos musicais têm exemplos de rearmonização, mas sem sombra de dúvidas, o estilo que mais utiliza essa ferramenta é o Jazz.

Miles Davis, Bill Evans, Oscar Peterson, John Coltrane, Duke Ellington e tantos outros mestres utilizaram esse recurso para dar sofisticação aos chamados standards. Gostaria de dar 3 dicas para uma boa rearmonização.

Dica 1 - Perceba a melodia dentro do contexto da harmonia.

Muitos músicos analisam a melodia ("o canto") separadamente da harmonia. Isto é um erro porque a melodia quase sempre se encaixa no acorde que está sendo tocado no momento. E quando isto não ocorre é devido o uso de algumas técnicas que os arranjadores utilizam, como por exemplo, as notas melódicas (notas de passagem, apogiatura, escapada, retardo, bordadura, antecipação).

Antes de rearmonizar perceba como os acordes encaixam com a melodia. Além disso, tente rearmonizar utilizando acordes que tenham na sua formação a nota da melodia que está sendo tocada no momento.

Por exemplo, na música "Aclame ao Senhor" no refrão na parte "poder, majestade, louvores ao Rei" a harmonia original é:

A F#m Bm E que poderia ser rearmonizada como: A F#m B9/D# E/D

Dica 2 - Para músicas de louvor e adoração procure rearmonizar utilizando a mesma função do acorde.

Esta dica é imprescindível pois no louvor e adoração o foco principal do arranjador deve estar nas letras que estão sendo cantadas e na mensagem transmitida. Na maioria dos casos a rearmonização não deve descaracterizar a música. A princípio, o objetivo da rearmonização é somente dar um colorido diferente na música, causando interesse sem causar espanto no ouvinte.

É possível rearmonizar trocando a função dos acordes, mas para mudar o colorido do acorde sem descaracterizar a canção, o melhor é manter a função dos acordes. Na harmonia funcional precisamos pensar nas funções, ou seja, as sensações que cada acorde transmite. Sendo assim, temos as seguintes funções:

a) Repouso - Quando a harmonia relaxa, tendo um caráter conclusivo.

b) Tensão - Quando a harmonia contém o trítono causando instabilidade.

c) Meia tensão - É uma função intermediária entre as outras duas, com efeito meio suspensivo.

Há uma série de arranjadores que rearmonizam trocando a função do acorde de maneira interessante. Isto ocorre principalmente no Jazz ou em outros estilos instrumentais. Neste caso o objetivo é realmente causar impacto com a rearmonização. Já no estilo de louvor congregacional o foco não está prioritariamente ligado na música por si só, mas na música como ferramenta que transmite uma mensagem.

Dica 3 - Rearmonize percebendo o contexto da música e da letra.

A canção deve unir o contexto da música e letra. Por exemplo, se fosse para rearmonizar a canção "Deus de promessas" quando a letra diz "posso até chorar mas a alegria vem de manhã" é recomendável utilizar uma harmonia clara, simples, sem muitas tensões, pois a letra fala que a alegria vem de manhã.

A harmonia deve transmitir musicalmente sensações daquilo que está sendo dito através da letra. Uma ferramenta muito utilizada para rearmonizar sem mudar a função do acorde, percebendo o contexto da música e letra é a adição da cadencia II-V-I.

Pense sempre no acorde alvo, se este acorde for menor utilize IIm7(b5)-V7(#9) e o acorde alvo.

Ex.: C Bm7(b5) E7(#9) Am Neste caso o acorde alvo é o Am.

Se o acorde alvo for maior utilize IIm7 - V7 e o acorde alvo.

Ex.: C Gm7 C7 F Neste caso o acorde alvo é o F.

Concluindo, essas dicas elementares para rearmonização, podem dar a possibilidade de sofisticar a harmonia sem perder o sentido e o significado musical. O músico que rearmoniza é como um pintor que tem uma tela branca na sua frente com matizes de cores a sua disposição. Basta ter bom senso e bom gosto para saber o que utilizar e como utilizar.

Sl. 33:3 “Cantai-lhe um cântico novo, tocai com arte e júbilo.”

Fonte: Anderson Braga (Supergospel)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O papel do teclado dentro de uma banda

O teclado é um instrumento sublime, eclético, versátil dentro de um contexto musical, por suas mudanças de timbres, ele nos permite acrescentar diversas nuances dentro de uma mesma música, contribuindo para riqueza final de uma canção.

Eu adoro o teclado exatamente pelo fato de ele ser um "camaleão" de timbres, agregando harmonia de variadas formas....

Dentro de uma banda o tecladista tem q saber o seu papel assim como cada membro integrante do grupo. Isso vai depender da proposta da banda...as coisas variam dependendo do estilo: jazz, fusion, funk, sertanejo, R&B, blues e rock.

Mas tem coisas que normalmente podemos salientar e evidenciar em todos estilos; a dinâmica do instrumento mediante toda a banda. Como o teclado é um instrumento de muitas oitavas ele permite uma sonoridade desde o muito grave até o agudo. O ideal é evidenciar os médios, permeando pelos graves e agudos com mais moderação. Isso pq, em uma banda normalmente já tem o baixo, que é responsável pelos graves e a guitarra e o violão que é responsável pelos agudos. O teclado normalmente será mais notado tocando nos médios, preenchendo desta forma as lacunas restantes.

Para se tocar em uma banda, o tecladista com formação clássica de piano tem q esquecer um pouco do aspecto "solo" do instrumento e pensar mais no aspecto conjunto do grupo. Acordes mais seguros com bases mais firmes são bem vindos...As vezes até mesmo segurando em uma só nota, podemos perceber q dependendo da música e sua proposta, o teclado já cumpre o seu papel...

Os floreios mais evidenciados no piano clássico tem q ser bem encaixado com o restante da música para não chocar com a dinâmica dos demais instrumentos... Dependendo da música eles até atrapalham. Procure sempre destoar do que os outros estão fazendo, agregando harmonicamente para a música, porém sem embolar com os outros.

Aqui vão alguns exemplos de boa dinâmica e sons de teclados dentro de uma banda.

Nesta música do fruto Sagrado vemos um exemplo de órgão dentro do estilo rock...bases firmes e vigorosas, dobrando com os riffs e somando dentro de uma frequência médio aguda:



O próximo exemplo é o som de um belo órgão em uma das bandas mais famosas por ter esse tipo de sonoridade. Repare na dinâmica...ele começa com um Pad bem baixinho e no ponto alto da música o Hammond surge destruindo tudo!



Este é um exemplo mais elaborado...com vários efeitos e dinâmicas dentro de uma música. Aí variam os timbres...de um sintetizador, passando pelo piano, chegando no órgão...Demanda muita segurança e técnica:



Exemplo clássico de piano dentro de uma balada de rock, sutil e devastador:



Mais uma:



E pra terminar um som destruidor de Hammond!!!



Não importa o estilo musical, procure sempre imprimir o seu jeito de tocar da forma mais harmoniosa possível, contribuindo sempre para o grupo, sabendo que o menos é mais!!!

Diogo Barbosa e Silva

domingo, 5 de junho de 2011

Algumas orientações para o canto






Como fonoaudiólogo, uma de minhas primeiras paixões dentro desta ciência até mesmo antes da Audiologia, foi a Voz, especialidade fascinante e que até hoje gosto muito de estudar, mesmo sem atuar na área.
Como cantor e intérprete, aprendi a admirar e a respeitar esta área que estuda a fundo a anatomofisiologia dos órgãos da fala e da fonação. Este aparato complexo responsável pela fonação consiste nas funções de respiração (pulmões e musculaturas intercostais), fonte glótica (pregas vocais), ressonância (faringe, cavidades paranasais e orais) e órgãos fonoarticulatórios (lingua, bochechas, dentes, lábios).

Vou deixar aqui alguns toques e lembretes para quem deseja se enveredar ou se aperfeiçoar nesta área do canto. Posteriormente colocarei outros tópicos sobre o assunto dando mais dicas e curiosidades.

Lembretes gerais:

Cuide de sua saúde geral – Manter-se em boas condições de saúde geral auxilia a produção da voz, quer seja cantada ou falada. São raros os indivíduos doentes que mantém boa emissão vocal.

Mantenha uma dieta balanceada - Todas as funções especiais do corpo, e o canto é uma função especial, requerem grande porte energético; mantenha uma dieta balanceada e evite excesso de gorduras e alimentos muito condimentados, o que lentifica o processo digestivo e limita a excursão respiratória.

Aqueça e desaqueça a voz antes e depois das apresentações – Lembre-se que o ajuste para a voz cantada é diferente do ajuste para a voz falada; assim, a voz cantada deve ser usada unicamente nas situações de canto.

Lembretes para jovens cantores

Evite cantar nos extremos de sua tessitura, tanto em notas muito agudas como em muito graves, para não forçar precocemente sua emissão. Trabalhe sobre um repertório adequado às suas possibilidades e ao seu preparo. Algumas vozes levam anos para serem corretamente classificadas. Se sua voz não tem uma qualidade especificamente definida, pode ser que a classificação vá demorar algum tempo, o importante é não exigir mais do que suas condições vocais podem corresponder, sob risco de se desenvolver lesões nas pregas vocais.

Lembretes para as cantoras

Quando possível, evite cantar ou vocalizar com muito esforço no período pré-menstrual, geralmente de 1 a 3 dias antes da menstruação, e durante a menstruação. Não são todas as mulheres que apresentam alterações vocais e laríngeas nesse período, mas a tendência é de haver edema (inchaço) generalizado no corpo e também localizado na laringe. Além disso, há uma maior fragilidade nos capilares sanguíneos, o que favorece lesões hemorrágicas. Isto significa que durante este período é mais comum se desenvolverem pequenas alterações sobre as pregas vocais, ou ainda, tornarem-se mais acentuadas as já existentes. Os nódulos vocais, popularmente chamados de “calos”, podem, até mesmo dobrar o seu tamanho. A voz tende a ser mais soprosa, com ar na emissão, e as notas agudas são alcançadas com maior esforço.

Evite também cantar a partir do sétimo mês de gestação, pois além do edema associado a esta condição, a respiração pode se tornar muito superficial e limitada devido à expansão abdominal, que dificulta a movimentação do diafragma.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Alice Cooper: "Leio a bíblia de manhã e à noite. E dou aulas de cristianismo, às vezes."




Texto de Pedro Antunes publicado originalmente no Jornal da Tarde

Ele se considera o Darth Vadder do rock’n’roll. Ou o Hannibal Lecter. O vilão, na realidade, não importa. Toda vez que sobe num palco, Alice Cooper precisa se transformar no personagem que criou para si mesmo em 1964. Hoje, aos 63 anos, esse senhor leva uma vida de ator. Durante o dia, reza duas vezes, joga golfe com os amigos músicos – e é o melhor deles, garante –, e, eventualmente, dá aulas de cristianismo. À noite, passa pó branco no rosto, pinta olheiras enormes, canta rock’n’roll em canções que falam até de necrofilia e brinca com cobras. Ele não vê problema nessa interessante dicotomia: “Não tem nada na Bíblia que proíba alguém de ser um rock star”, diz o músico. Por telefone, do Canadá, o simpático Alice Cooper falou ao JT sobre drogas, sua paixão por golfe e, claro, música.

Seu primeiro show no Brasil foi em 1973, logo depois de você ter lançado o ‘School’s Out’. São 37 anos de diferença. Muita coisa mudou, na música, nos fãs. O que você espera dessas apresentações que fará no Brasil?
Não tem muito o que esperar. O que sempre pensamos quando imaginamos um show no Brasil é que o público brasileiro cante e grite muito alto. Já fui para o seu país umas quatro ou cinco vezes. Sempre gostei muito de como os fãs de rock me receberam aí.

E o que os fãs podem esperar dos seus shows por aqui?
Cara, vocês vão ver todos os grandes hits do Alice Cooper. Meu show é sempre altamente teatral. Temos muitas surpresas. É um espetáculo bastante visual. Algo que você não está acostumado a ver numa apresentação. Então, não importa quantas vezes você já foi a um show meu, tudo acaba sendo novo e excitante.

Todos os clássicos? Sabe, isso não é muito comum. As bandas preferem tocar músicas dos últimos discos. E deixam os hits para o fim dos shows…
Não, não podemos fazer isso nunca! São 26 álbuns! Não podemos dar prioridade só para o novo trabalho. Vamos tocar tudo. Under My Wheels (do disco Killer, de 1971), No More Mr. Nice Guy (Billion Dollar Babies, 1973), são algumas das músicas do show.

Mas como criar algo diferente nesta parte teatral? Coisas como as cobras, fogo, etc…
Na realidade, estamos sempre tentando criar alguma coisa nova para o show. Uma surpresa diferente. Fazemos isso todas as vezes. Imagina se ficarmos repetindo todas as noites? Vai ficar chato. Não queremos cair nessa rotina.

Você é considerado o pai desse estilo de show de rock teatral. De onde veio essa ideia toda?
Eu sempre achei que o público deveria ter o seu dinheiro investido no ingresso bem empregado. Não apenas ir ao show e ver a banda ali, parada. Assim, eles vão usar uma camiseta com o nome da banda. Desde sempre nos propomos a fazer um show completo. Com toda a atmosfera teatral, com luzes, animais e, claro, música.

Você espera que as pessoas tenham medo no seu show?
Não é medo. É um pouco de comédia também. Antigamente, era diferente, era mais assustador, mas também era engraçado. Sempre fiz questão de ter comédia, além do terror. Algumas bandas esqueceram de colocar a comédia no palco. É um erro. Hoje em dia, o noticiário da CNN é mais chocante. O que fazemos é entreter o público, tirar essa seriedade toda.

Não é de hoje que bandas imitam a sua performance no palco, como Kiss, nos anos 70, e Rod Zombie e Marilyn Mason, mais recentemente. O que pensa disso?
De verdade, eu costumo falar que eles são meus filhos desobedientes. Os caras do Rob Zombie são uns dos meus melhores amigos no meio musical. Gosto muito do que eles fazem, assim como o Marilyn Mason, o Mötley Crüe, a Lady Gaga, são grandes amigos…

Lady Gaga?!?!
Sim! Ela foi a um show meu, apareceu no backstage e veio me agradecer. Disse que foi muito inspirada por Alice Cooper. Achei incrível. Ela faz a versão dela dessa performance teatral no palco.

E por que você os classifica como ‘filhos desobedientes’?
Eu fui numa direção e Mötley Crüe seguiu uma outra linha. Eu fui aquele que nunca entrei em problemas com a polícia, etc…

Você diz problemas com coisas como drogas e álcool?
Sim, claro. É como eu estar com uma banda, como esta que me acompanha hoje… eu não vou contratar alguém que usa drogas. Porque quando formos entrar em turnê, ele vai ser um problema. Não estou falando de beber uma cerveja. Isso não é problema para ninguém. Mas se você está numa banda grande, estar bêbado sempre não funciona no show. Não dá.

Mas isso antigamente era normal no meio musical, não?
Mas eram os anos 70. Naquela época, todo mundo estava ligadão. Agora não estamos mais.

Você teve problemas com álcool. O que te fez parar de beber?
Eu simplesmente acordei numa manhã e vomitei sangue. Aquilo me fez perceber que meu corpo estava morrendo. Fui ao médico e ele disse: ‘Se você não parar de beber, irá morrer em duas semanas’. E era uma época em que testemunhei amigos meus morrendo, como Jim Morison e Jimmy Hendrix. Daí, eu decidi parar. Isso foi em 1981. Não bebo há 30 anos.

Como você é fora dos palcos?
Sou um cristão normal. Quando eu for para São Paulo, você vai ver. Vou fazer compras, jogar uma partida de golfe. O que acontece é que, quando eu viro Alice Cooper, preciso me tornar um vilão. Sou como o Darth Vadder, do Guerra nas Estrelas, ou como o Hannibal Lecter, de O Silêncio dos Inocentes. Eles são vilões. Eu adoro fazer essa transformação.

Com que frequência você joga?
Jogo golfe seis dias por semana. Jogo com o Tiger Woods e com outros os golfistas.

Por que escolheu esse esporte?
Quando estamos em turnê, não conseguimos sair para jogar basquete. É mais fácil achar um campo de golfe. Vou lá, joga por algumas horas e depois vou para o show. Muitos músicos jogam: Lou Reed, Huey Lewis (da banda Chicago), Neil Young, Meat Loaf. Até agora, eu sou o melhor (risos).

Dá para ser um rock star e ter alguma religião?
Dá, sim. Sou protestante. Não existe nada na Bíblia que diga que você não pode ser um cantor de rock’n’roll. Entendo que Deus me deu um talento e espera que eu o use. O meu show não tem nada de anticristo. Muito pelo contrário, acho até bem cristão.

As pessoas estão mais acostumadas com roqueiros com atitudes como a do Marilyn Mason, que costuma dizer por aí é que o próprio anticristo, né?
Acho que cada um escolhe a própria religião. Não sei qual é a religião do Mason, não consigo dizer o que ele é, o que ele pensa.

Como é na igreja? As pessoas te olham de forma diferente?
Algumas não gostam. Mas a maioria me olha como mais um cristão. Existem advogados cristãos, médicos cristãos. Sou um cantor de rock cristão. Sempre oro antes dos shows. Oro todos os dias. Leio a Bíblia de manhã e à noite. E dou aulas de cristianismo, às vezes. Meu pai era pastor, meu avô também. Isso é algo de família

Destravando o improviso




Fala moçada!! Se liguem neste depoimento de um grande guitarrista instrumental, Mateus Starling, graduado em Berklee, falando sobre uma coisa tão rotineira não só para os guitarristas, mas também para todos instrumentistas: o improviso.

Por Mateus Starling,

O que me motivou a escrever esse texto hoje foi um comentário que ouvi de um aluno que estuda comigo por meio de vídeo aulas. Uma pessoa que eu nunca conheci pessoalmente, mas que apresentou o mesmo problema que a maioria dos músicos também apresenta. O melhor disso tudo é que ele também encontrou a solução para o problema dele e é sobre isso que quero escrever.

Quem aqui nunca travou na hora de fazer um solo? E qual o motivo das amarras?
No período em que estudei na Berklee eu estava constantemente me apresentando ao vivo e foi um período em que eu me sentia um pouco travado nos improvisos. Percebi que 2 coisas me afetavam muito nesse quesito. Primeiramente o nervosismo de estar tocando para colegas e professores.

A verdade é que a falta de confiança e uma cobrança pessoal muito grande me faziam subir no palco com uma expectativa de mostrar resultado. Queria mostrar num improviso praticamente tudo o que estava desenvolvendo em meu estudo.

O que em segundo plano me fazia travar era o fato de entrar no improviso já com muitas idéias premeditadas.

Agora eu volto para o comentário desse aluno que me disse que havia preparado um solo para uma apresentação ao vivo, mas que no momento, apesar de ter executado o solo perfeitamente, o mesmo ficou vazio e sem vida junto com a banda.

Eu já escrevi sobre improviso VS preparar solos e não quero entrar nesse mérito, mas ao vivo sempre acontecerão coisas que necessitarão de ajustes, ou seja, é muito mais pratico adquirir a habilidade de reagir ao momento (improvisar) do que a de prever o futuro.

Fazendo um resumo da ópera chegamos a 2 conclusões.

O músico precisa ter confiança, de certa forma você precisa subir no palco com a convicção de que você faz aquilo muito bem. Isso é algo que vem com estudo e com a prática de tocar, por isso bato muito na tecla de que não existe músico de quarto, aquele cara que não sai para tocar, para ouvir apresentações. Tudo isso vai gerar no músico confiança, seja tocando ou observando como outros músicos tocam. Você não vai se tornar confiante professando mantras tipo: “Eu sou bom, eu posso.” A música é maior que isso e você precisa se tornar amigo da música e não concorrente. 50% é o estudo solitário, 50% é tocando com outras pessoas.

E por fim é muito importante entrar num improviso aberto para as possibilidades. Posso dizer sem hipocrisia que em 100% das vezes em que toco ao vivo eu só começo um improviso com uma idéia que me vem no momento, essa é a única maneira onde consigo improvisar sem travar. Não posso pensar em frases, licks, conceitos, tudo isso me bloqueia. Particularmente tento focar minha maneira de improvisar em motivos melódicos e rítmicos, na minha opinião o solo é uma sequencia de idéias desenvolvidas e em consonância com o resto de conjunto.

O Hal Crook uma vez me disse algo muito interessante a respeito de improvisar: “Se você não engaja a banda a tocar contigo uma hora eles te desligam e começam a tocar entre eles”.

Voltando ao aluno, ele me disse que a solução que encontrou foi o conceito de “desenvolvimento de motivos” ou seja, uma idéia tocada deve ser a continuação de uma idéia anteriormente executada, ou seja, se toca reagindo ao que você acabou de tocar ou então reagindo a algo que a banda esta tocando. Isso não quer dizer que o seu solo não deva possuir outros elementos, mas certamente os motivos vão dar uma estrutura para o seu solo.

Recomendo 2 pianistas que tocam repletos de motivos: Aaron Goldberg e Bill Evans. É interessante salientar que o improviso na música brasileira é repleto de motivos, principalmente os instrumentistas dos anos 60 e 70.

Grande abraço e Deus abençoe a todos.

Mateus Starling
www.mateusstarling.com.br
twitter: mateusstarling