terça-feira, 9 de março de 2010

Servindo a dois senhores? Mantendo o foco ao compasso dos tempos na indústria da música...



Música gospel agita mercado fonográfico no Brasil


A música gospel e a de orientação católica ampliam cada vez mais os seus horizontes e se firmam entre as mais rentáveis no mercado fonográfico brasileiro. Não faltam indicações para reforçar tal afirmação. A Som Livre, que até há pouco só se dedicava a produtos de música secular (aquela que não tem essência religiosa), conta há quase dois anos com um selo exclusivo para lançamentos gospel e católicos.


A gravadora global já lançou quase 100 itens do gênero. Em seu catálogo, eles contam com CDs e DVDs de alguns dos campeões do gênero, entre os quais os grupos Rosa de Saron, a cantora Aline Barros e o Padre Fábio de Melo, além do Ministério do Louvor Diante do Trono. Quem em breve movimentará esse mercado será a Sony Music, que anunciou há pouco a criação de um selo dedicado à música gospel. Ainda não foram divulgados nomes que entrarão em seu elenco, mas especula-se que até 20 artistas serão contratados.


Se gravadoras que até há pouco torciam o nariz para a música religiosa entraram nesse ramo, é especialmente porque as gravadoras especializadas no gênero souberam atuar de forma competente e e levá-lo ao auge atual. Criada em 1992, a Line Records, por exemplo, conseguiu se firmar como uma das gravadoras mais importantes do setor. Atualmente, conta com nomes fortíssimos do gospel como Regis Danese, Soraya Moraes, J. Neto, Robinson Monteiro e Mara Maravilha.


A MK Music é outro selo importante, que atualmente conta em seu elenco com Aline Barros, que tem 33 anos e é uma das responsáveis pela ampliação do público deste gênero musical. A própria Som Livre já lançou uma coletânea com sucessos de Aline.


Uma das razões para a ampliação do público gospel e católico é o fato de esses gêneros terem mergulhado em outras influências musicais como rock, soul, romantismo e MPB, o que tornou o estilo mais pop e mais assimilável pelo grande público. Um bom exemplo é o grupo Oficina G3. Trata-se de uma das bandas de rock mais respeitadas do Brasil. Seu guitarrista Juninho Afram já foi capa inúmeras vezes de revistas seculares dedicadas ao instrumento. O Catedral e o Rosa de Saron são outros grupos roqueiros que ajudaram a popularizar a música de cunho religioso. Fonte: portal r7

-->Permita-me fazer uma correção. A razão para a "ampliação" do público gospel não se deve à influência de estilos como rock, soul, romântico e pop no meio musical cristão. Esses estilos já eram evidenciados em muitos ministérios, há 15, 20 anos atrás.


O que será então? Empresas como a Sony e a Som Livre se converteram? Será que elas se arrependeram dos seus maus caminhos e agora decidiram a se dedicar às causas dos evangélicos do Brasil? Não sou ingênuo de confirmar tal atrocidade.


A razão para esta "adesão", meio que repentina, das indústrias fonográficas globais e multinacionais se deve somente à uma coisa: Dinheiro.


Não me entendam mal. Não sou contra os artistas cristãos tirarem seu sustento da arte, com a vendagem de seus trabalhos autorais. Paulo nos diz: "Um soldado não vai a guerra à sua própria custa". De fato, um músico ou artista cristão precisa sobreviver como qualquer outro profissional. Não é essa a questão, mas, me assusta em demasia toda esta "aceitação" do evangelho por parte das gravadoras e executivos.


Digo isso porque, todo esse marketing e mídia reflete supostas "conversões" que não são genuínas e consequentemente nos leva à uma adoração que não é de fato verdadeira.


Ainda não entendeu? Vou me fazer entender....


Falando ainda em motivos, uma das razões que levaram o cristianismo a se espalhar com uma velocidade extrema pelo oriente médio, ásia e europa nos primeiros 3 séculos da igreja foi o impacto social que as conversões geravam. O paganismo era a forma de religião que reinava pelo império romano, portanto o estilo de vida dos cidadãos do império se misturavam com a cultura helênica e os hábitos pagãos. Não havia separação da vida secular com a religião.


Um alfaite costurava tanto para as pessoas normais da sociedade, quanto para as sacerdotisas de Apolo. Um mestre de obras fazia desde construções para a aristocracia romana, como templos para o deus Mercúrio. Havia comemorações corriqueiras de ofertas e sacrifícios aos deuses toda semana, onde toda comunidade era convidada, senão convocada, a participar. Isso fora o "Culto ao Imperador" que havia de ser feito por cada cidadão do império pelo menos uma vez ao ano.


Os novos cristãos ao se converterem, causaram uma cisão social e economica no império, ao romper com o estilo de vida daquela população e comunidade romana. Como consequência houve também muitas perseguições, mas de fato isso atestava uma genuína conversão, respaldando a essência e a ortodoxia do evangelho.


Então hoje, atualmente nos deparamos com um selo que ao mesmo tempo que promove um artista cristão, promove também um trabalho de funk do morro com toda a sua ideologia e estilo de vida...e nós como povo de Deus, ainda nos gabamos de tal façanha? Isso é muito confuso pra mim. É preciso manter os olhos fixos no verdadeiro alvo...


O reconhecimento pelo meio secular dos nossos artistas e músicos cristãos como profissionais de valor é totalmente aceitável e longe de mim julgar as motivações destes artistas, porque se forem verdadeiros diante de Deus, com certeza não terão nada a temer.


Contudo, ressalto que é preciso caminhar com cuidado nesses tempos; onde a linha que divide o modo de vida pagão e o estilo de vida cristão a qual muitos defenderam com seu sangue se torna cada vez mais tênue....


Faço das palavras de Jesus as minhas:


Mt 6:24 - "Ninguém pode servir a dois senhores; porque há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará a outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom."


Diogo Barbosa.

3 comentários:

  1. manter-se de modo digno e coerente com os principios de cristo. por vezes assumir tal postura é assinar o atestado de ser pouquíssimo conhecido, mas ter a certeza de descansar sossegadamente ao travesseiro em nossas noites de sono...
    que venha o desconhecimento mas com ele venha tambem a descência com os critérios inerentes ao "judeu ressurreto"...

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  2. Com certeza meu velho e bom companheiro...não se pode desprezar séculos e séculos de sangue pela causa de Cristo em troca de 15 minutos de fama...

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  3. Você tocou em um ponto muito importante.. O caminho é perigoso... Mas, eu acredito que a integridade de um musico cristão vai alem de um selo de gravadora. Tenhu certeza que a visão das gravadoras é totalmente mercadologica devido ao crescimento da música cristã, que criou seu espaço ate mesmo no meio secular, "Como Zaquel" de Reges Danese seria o exemplo perfeito, de uma música que esta na boca do povo. Mas seria de nossa responsabilidade contestar, oque talvez Deus prometeu para o seu servo, que sua música iria se espalhar por todos os cantos do pais, ate mesmo do mundo? Qual cantor evangélico conseguiu que sua música subtituisse dentro da casa de muitos "do mundo", musicas pagãs... Temos que tomar cuidado, mas eu prefiro encarar isso como uma bençao para o evangelho, mesmo que o resultado seja pequeno. O pouco que uma faixa de um CD de 8 músicas pode levar ao não-crente, faria todo o sentido, as vezes até mesmo a sua conversão. Um selo como o da Som Livre, daria margem para a musica crista competir com a música secular dentro das casas, radios, etc. Eh uma linha perigosa, se realmente artistas estão se aproveitando disso para fama e dinheiro, usando de certa forma o nome de Deus, para simplesmente lucrar, tenho certeza que Deus não deixaria isso por barato.. Tenhu certeza que Deus nao da pontos sem nó, e que acima de tudo está a sua justiça. O meu papel, é orar por esses artistas, que os seus trabalhos, sejam reconhecidos e frutificantes para o reino. A biblia nos diz, que devemos fazer o melhor, buscar sempre o melhor, sermos reconhecidos pelo nosso trabalho em excelencia, ser um bom empregado, otimo funcionário, progredir na vida. Olhando por esse lado, podemos ser otimistas nas consequências que isso trará ao Reino. Glória a Deus, se um não-crente, comprar um CD evangelico pela SomLivre em vez de um CD que faz apologia ao sexo, drogas, violencia.
    Grande abraço!! E claro, ressaltar que este blog esta nota 10!! Deus abençoe!

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